segunda-feira, 13 de junho de 2011

Desaba~

XXI


“Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento ...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja...”

Fernando Pessoa


Queria dizer que estou feliz hoje, mas me faltam palavras para isso. Me encontro descontente eu diria até com uma tristeza no peito... Há muito havia feito a promessa de nunca mais me reconhecer igual perante o espelho e agora vejo com lágrimas aquela velha imagem refletida perante mim. Tanto que lutei para achar de mim o que hoje sou, dos sonhos que se renovaram com um belo despertar, do choro cheio de alegria, da cabeça que dormia tranqüila no travesseiro, de tudo que tenho perdido pelo enfraquecimento do espírito.
Agora me encontro aqui diante de Deus implorando misericórdia, me agarrando a uma migalha de chance de não ver todos os meus planos caídos por terra, desconsolada por perceber que o meu fracasso conta com meu próprio voto. Eu só queria uma chance para fazer tudo certo de agora em diante, de poder ser quem sempre fui ou de quem lutei todo esse tempo para ser.
Aos céus clamo piedade Senhor, piedade do meu coração dai-me a tua paz, e que seja feita a tua vontade antes da minha, sei que em nada sou digna, mas como pai amoroso que é sei que conto com a vossa ajuda no meu momento de dor humana. Perdoai-me mestre!

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