Já não importava se era dia ou noite, tudo se perdia na brancura assustadora dos seus olhos a revirar.Seu coração parava e recomeçava a bater como em uma sinfonia sem som, sem cor, e eu diria sem vida.
Ela era só uma menina desfrutando das suas 15 primaveras, que com os anos se perdeu no abismo do seu eu.Ela não mais se sentia, parecia morta em vida.
Seu nome era Sofia.
Linda sofia dos cabelos cor de mel.Quanto medo em seus olhos eu sentia, quanta angustia em seu abraço, quanto sentimento desastrado .Seu coração era teimoso, tinhoso e insistia em dizer sempre não.
A mesma palavra, sempre e sempre ecoando .
Não se permitia, muito menos entendia como tudo funcionava.
Se perdeu em alguma rua, avenida , em alguma curva.Buscava se encontrar mas logo se perdia um pouco mais.
Acredito que aquela menina não era daqui carregava um peso no olhar nunca antes visto , um semblante soturno e misterioso.
Não tinha amigos, não tinha familia, era orfã do sim e escrava do não.
Sofia no fundo no fundo só queria amar e buscava o amor nas formas mais estranhas da dor.
Essa sim era sua companheira de infancia, amiga de todas as horas.
Mas a realidade insistiu em lhe afirmar que não seria possivel amar, seu coração não obedecia não se calava, insistia.
Não suportando mais essa sina, foi em busca alivio imediato para sanar esse vazio que lhe sufocava e tirava o sono nas noites quentes.Ela já não aguentava, o peso era extenso e imensuravel. E num instante de loucura, ela se entregou e decidiu por abraçar o vento que entrava pela janela do seu quarto.
Sofia já não mais
existia.
by Nayka